É
de fundamental relevância iniciar o trabalho proposto destacando a importância
dos pais ouvintes de filhos surdos superarem o preconceito ou a ilusão de que
seus filhos voltarão a ouvir ou se igualarem aos ouvintes e estabelecerem a
Língua de Sinais em suas comunicações, logo que identificada a surdez para o
desenvolvimento psíquico-social dos mesmos. Os pais como protagonistas da
educação de seus filhos necessitam com muita consciência de classe reconhecer a
Libras como a língua materna dos surdos e buscar os seus direitos garantidos
por lei por uma educação inclusiva, pois a utilização da Língua de Sinais é a
principal forma de preservar a identidade das pessoas e das comunidades surdas.
A
contribuição familiar e social para a valorização da cultura surda é a
utilização consciente da Libras, ou seja, jamais ser inserida como um “plus
social” para atender o surdo e muito menos, uma pesudojustificativa de ensinar
a língua portuguesa e torna-lo oralizado, mas acima de tudo, para o seu fortalecimento
identitário e de sua inclusividade. A Libras deve ser aplicada sem reservas na
sociedade para que por meio da linguagem dos surdos aumente a evolução
cognitivas e conceituais dos mesmos, fazendo que as suas experiências com a
realidade vivida sejam desenvolvidas e o acesso à cultura e o conhecimento os
integrem a coletividade.
Língua Brasileira
de Sinais/LIBRAS, é a
língua de sinais
reconhecida por lei Nº 10.436,
24/04/2002) como meio
de comunicação e expressão
de comunidades de
surdos do Brasil. Não obstante, a obrigação de
ressaltar que a lei obrigada colocar a LIBRAS no grupo das línguas do Brasil.
A
Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) desempenha um papel fundamental na
promoção da acessibilidade e comunicação eficaz para a comunidade surda no
Brasil. Na obra
literária Uma Viagem pelo Mundo dos surdos, o neurologista e escritor Oliver
Sacks afirma que:
"Os
surdos podem comunicar-se mais facilmente e com maior precisão pela Língua de Sinais, porque o cérebro deles se adapta para
esse meio e, se forçados a falar, nunca conseguirão uma linguagem eficiente e
serão duplamente deficientes."
É
indispensável a promoção da Libras, pois a mesma é uma
língua de um povo,
e por ser uma língua é viva, autônoma, tem
que ser reconhecida pela linguística para ser valorizada e acessível a todos.
Só assim, haverá uma comunicação com empatia social e uma sociedade mais justa
e inclusiva.
A
comunicação dos surdos é gestual-visual e é rica e diversificada, por isso,
entre os 5 parâmetros da formação da língua de sinais/LIBRAS – configuração das
mãos, ponto de articulação, tipos de movimentos, orientação das mãos e
expressão facial – destaco a expressão facial como uma importante mediação
para que a linguagem da Libras efetive a comunicação dos surdos, pois é ela também
que servirá para a organização e a expressão do pensamento, a construção de
conhecimento e a identidade pessoal e cultural. A expressão facial não é um acessório
estético, mas um componente fundamental da Língua Brasileira de Sinais
(Libras).
A
expressão facial desempenha um papel crucial na comunicação eficiente e clara
por várias razões:
-
Complemento ao significado: amplificam os sinais, ajudando a transmitir
emoções, intenções e a atitude do emissor;
- Gramática e Sintaxe: o uso do corpo são essenciais para indicar aspectos
gramaticais, como a formulação de perguntas, negações e exclamativas;
-
Intensidade e Ênfase: uma expressão facial pode modificar o significado de um
sinal, indicando, por exemplo, se algo é feito com mais ou menos intensidade,
ou se um sentimento é mais forte ou mais leve;
-
Contexto e Clarificação: ajudam a esclarecer o contexto de
uma mensagem, eliminando ambiguidades que poderiam surgir apenas com o uso dos
sinais manuais;
-
Engajamento e Relação Interpessoal: facilitam a conexão interpessoal e a
empatia, tornando a comunicação mais natural e engajada.
Dois
exemplos de Expressão Facial na LIBRAS:
- Interrogação: Levantar as sobrancelhas e inclinar ligeiramente a cabeça;
- Negação: faz um leve movimento de cabeça de lado a lado e faz uma expressão
de desaprovação com a boca.
Portanto,
a linguagem corporal é parte constitutiva
da comunicação que precisamos ressaltar
em muito porque é ela que proporciona a formação e a informação sobre a
identidade, às emoções as reações
das pessoas. Na Língua de Sinais
a expressão facial é um fator essencial e de afetividade, pois o surdo
apreende o todo
ao seu redor
pela experiência da visão, visto que a surdez unicamente visual (SKLIAR,
2001)
Fontes:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/L14191.htm
SKLIAR,
Carlos. A surdez: um olhar sobre as diferenças. 2ª edição. Porto Alegre:
Editora Mediação, 2001.
SACKS,
Oliver. MOTTA, Laura Teixeira (Trad.). Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos
surdos. São Paulo: Companhia das Letras. 2010.
https://uva.grupoa.education/sagah/object/default/93230297
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