A gramática
universal das línguas naturais desenvolvida pelo linguista Naom Chomsky é
concebida como o conhecimento inato da espécie humana para aquisição da língua
materna, ou seja, todas as línguas naturais além de orientadas por princípios
comuns e universais, elas estão gravadas no cérebro. Segundo Chomsky, o
linguista norte-americano, todos os seres humanos nascem com uma capacidade de
obter linguagem. Por essa razão, temos a convicção de uma gramática universal
(GU) como algo sedutor, mas inteiramente controverso quando constatamos a força
criativa e diversa da linguagem, após os estudos linguísticos de Daniel
Everett.
Em contraposição, temos a teoria do linguista Daniel Everett que
defende a existência da língua e o seu funcionamento dentro do contexto da
cultura. Para ele, a língua é parte da cultura, que determina grande parte
de sua conformação, inclusive a gramatical. Ou seja, para ele a força criativa
da linguagem não se encontra nas orações, mas no discurso – a linguagem em
ação, a língua utilizada pelo falante. Everett percebe a partir da sua
pesquisa, após a convivência próxima com o povo Pirahã e a sua realidade
cultural, que a linguagem não é um conjunto de sentenças como afirma a teoria
Chomskyana, mas a compreensão da diversidade linguística e da
relação entre linguagem e cultura. A linguagem não é inatista, mas um resultado
da cultura, uma construção cultural, que atende e é modelada pelas necessidades
das comunidades. Por conseguinte, a gramática não poderá ser fixa e universal,
mas totalmente flexível e adaptável ao contexto cultural e se torna uma
ferramenta social.
Podemos concluir, que enquanto Noam Chomsky, de
certa forma arbitrariamente, conclui que a linguagem é inata e universal,
Daniel Everett nos desafia a superarmos o conceito de linguagem como uma
estrutura profunda e superficial para uma linguagem estruturada e moldada pelo
contexto cultural e relativo. Isso implica no fator de que a linguagem é
evolução, representando um desafio à visão tradicional da linguística
criando novas perspectivas para a compreensão e a empatia da diversidade
linguística.
Deixo como contribuição uma entrevista que nos
ajuda a conhecermos um pouco mais do Linguista Daniel Everett pelo jornalista
Pedro Bial:
Linguista Daniel Everett desafia teoria da
gramática universal em livro
Em 2005, Everett ganhou fama ao publicar um artigo que
questiona os princípios da teoria da gramática universal de Noam Chomsky,
conhecido por muitos como o ”papa da linguística”. A teoria de Chomsky defende
que já nascemos com a habilidade de forma inata, como um dom genético.
https://globoplay.globo.com/v/8926068/
Fontes:
https://portal.unicap.br/-/unicap-recebe-linguista-americano-que-desafia-chomsky
https://www.revel.inf.br/files/ce8601463eb68737b653e5ddde2d7421.pdf
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