sábado, 23 de novembro de 2024

Onde a lei não existe, ao que parece, a razão do mais forte prevalece.

Ao fraco, só resta a esperança de justiça.

O Lobo e o Cordeiro

Estava um Lobo a beber água num riacho, quando avistou um Cordeiro que também bebia da mesma água, um pouco mais abaixo. Mal viu o Cordeiro, o Lobo foi ter com ele de má cara, arreganhando os dentes.

— Como tens a ousadia de turvar a água onde eu estou a beber?

Respondeu o cordeiro humildemente:

— Eu estou a beber mais abaixo, por isso não te posso turvar a água.

— Ainda respondes, insolente! — retorquiu o lobo cada vez mais colérico. — Já há seis meses o teu pai me fez o mesmo.

Respondeu o Cordeiro:

— Nesse tempo, Senhor, ainda eu não era nascido, não tenho culpa.

— Sim, tens — replicou o Lobo —, que estragaste todo o pasto do meu campo.

— Mas isso não pode ser — disse o Cordeiro —, porque ainda não tenho dentes.

O Lobo, sem mais uma palavra, saltou sobre ele e logo o degolou e comeu.

La Fontaine, traduzida pelo poeta Ferreira Gullar (La Fontaine,1999:12-14)


Claramente se mostra nesta Fábula que nenhuma justiça nem razões parecem valer ao inocente para o livrarem das mãos de um inimigo poderoso e desalmado. Os lobos estão por aí... precisamos estar atentos e combatê-los com coragem e resistência. A Festa da Ressurreição haverá! 

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