A gramática é um registro, geralmente metódico e dinâmico, do funcionamento de uma determinada língua que segundo Evanildo Bechara, é um conjunto de regras que indicam o funcionamento mais correto de uma língua. É um conhecimento linguístico internalizado que usamos para compreender o que os outros dizem e para comunicarmos as nossas vontades. A noção de uma gramática sem a língua, esta que é um conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação eficiente, não existe. Toda língua possui seu próprio sistema de regras, cada uma com suas particularidades. É a gramática que estuda as regras e convenções que regem o uso de uma língua, tanto na fala quanto na escrita, e dará base para a estrutura e manutenção da própria língua. Não pode existir uma gramática única e universal, dentro da perspectiva da diversidade, pois a linguagem como um processo natural pertencente a todo ser humano, e que dá forma aos nossos pensamentos e sentimentos, expressões e comunicações, é a única mediadora de nossas relações com o outro e conosco mesmo, tornando assim, a língua como um produto social da linguagem.
O conceito de gramática normativa ou tradicional busca determinar o uso correto da língua em oposição ao popular. Segundo Carlos Franchi, é o conjunto sistemático de normas para bem falar e escrever, estabelecidas pelos especialistas. É importante para a sala de aula para possibilitar o/a discente obter conhecimento da norma culta da língua vigente em diversas avaliações formais [provas, concursos, ENEM], sendo também, imprescindível para a boa leitura e compreensão de diversos textos. A gramática gerativa é uma teoria linguística que busca afirmar que a linguagem humana é gerada na mente do falante, ou seja, é genética. Para Noam Chomsky, a gramática gerativa se preocupa com a forma e o significado das expressões de uma língua, tendo os estímulos e recursos exteriores como ativadores da linguagem, que é inata ao ser humano. No âmbito escolar esta teoria ajudará o/a discente ao desenvolvimento e compreensão mais profundos da linguagem, harmonizando a relação entre o ensino normativo e contextualizado. A Gramática Sistêmico-Funcional busca fundamentar-se em um sistema semiótico, levando em conta o contexto social e cultural do falante. Ela se baseia na ideia de que a linguagem é processada por meio de três metafunções: ideacional, interpessoal e textual. O objetivo da GSF quer explicar e dar o significado da linguagem.[dentro da pluralidade de linguagem, e para isso, prioriza o eixo paradigmático (sistema) sobre o sintagmático (estrutura). Utilizar a teoria da GSF ajudará o docente em sala de aula promover um ensino contextualizado com a realidade dos seus alunos, levando a desenvolver habilidades de interpretação textos multissemióticos e multimodais.
As gramáticas gerativa e sistêmico-funcional oferecem ferramentas pedagógicas incríveis para o planejamento de análise e reflexão sobre a língua. Essas ferramentas quando aplicadas de modo consciente, é capaz de conduzir o/a aluno à dimensões ainda maiores da linguagem, fazendo com que o aprendiz – e também quem ensina, conheçam as variações linguísticas: sociais, políticos, econômicos e culturais. As atividades fundamentadas nas gramáticas gerativa e sistêmico-funcional promovem inspirações linguísticas, fornecendo meios capazes dos estudantes desenvolverem a comunicação eficaz e altamente crítica. A Gramática gerativa é transformacional, pois defende que as regras vão se transformando sempre em regras gerais, e também afirma que, o sistema linguístico é capaz de gerar um número infinito de sentenças a partir de um número finito de elementos linguísticos. Um exemplo prático em sala de aula é uma revisão de textos, destacando visualmente o uso de letras maiúsculas, minúsculas e pontuações. A Gramática sistêmico-funcional foca na abordagem construtivista e funcionalista, lançando a proposta de uma análise gramatical situando a língua em seu contexto social e cultural. Conhecer e efetivar na prática pedagógica cotidiana essas abordagens teóricas da língua em sala de aula tornam a leitura e a escrita à uma compreensão mais rica e multifacetada da linguagem, ou seja, sujeitos comunicadores mais eficazes e reflexivos. Um exemplo de atividades é a utilização de atividades lúdicas em vista da desconstrução das ambiguidades e arbitrariedades, que muitas vezes levam à falta de uma compreensão do significado original, e assim, gerando todo tipo de preconceitos.
Fontes: • Conteúdo didático- Linguística contemporânea • https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/8/as-ideias-do-linguistacarlos-franchi-linguagem-gramatica-e-criatividade • https://blogeditoradaunicamp.com/2022/01/13/os-gramaticos-latinos-e-agramatica-como-conhecem